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DOENÇA DE ALZHEIMER EM SUAS BASES GENÉTICO MOLECULARES

01/12/2011 16:36

Autores: A.A. Silva Junior; J.M.F. Santos

Orientador: L.A.C. Brandão

Data: 23/11/2011


Resumo:

Introdução: a doença de Alzheimer (DA) é uma afecção neurodegenerativa progressiva e irreversível, que acarreta deterioração da capacidade intelectual, da memória do julgamento e da personalidade a ponto de acometer atividades diárias e a qualidade de vida de indivíduos já em estágio avançado, causa emudecimento e imobilizações. O óbito frequentemente resulta de falência respiratória. Na atualidade, existe em todo mundo cerca de 17 a 25 milhões de pessoas com DA, o que corresponde a um acometimento de 8% a 15% da população com mais de 65 anos. Alguns dados apontam que uma em cada 10 pessoas maiores de 80 anos podem ser portadoras de DA. Nos Estados Unidos da America (EUA) e na Grã-Bretanha estima-se que a DA seja a quarta causa de morte, tendo se tornado cada vez mais um dos problemas de saúde pública, não só nestes países, mas também em países desenvolvidos e em desenvolvimento devido ao aumento da expectativa de vida. O desenvolvimento do DA está relacionado a genes que sofreram mutações, que causam alterações nas proteínas por eles codificadas. Além do componente genético como os genes apolipoproteína E (APOE), proteína precursora amilóide (APP), presenilinas 1 e 2 (PSEN 1 e PSEN 2), e a proteína Tau (MAPT), alguns estudos apontam agentes etiológicos como radicais livres, a aminoácidos neurotóxicos e a ocorrência de danos em microtúbulos e proteínas associadas. Objetivo: identificar as principais alterações genéticas e o desenvolvimento da doença de Alzheimer. Metodologia: trata-se de uma revisão de literatura realizada a partir de artigos selecionados com os seguintes descritores: doença de Alzheimer, alterações genéticas do Alzheimer, distúrbios neurogenéticos degenerativos. Realizou-se busca de artigos nas bases de dados SCIELO, SBNP, BIREME e LILACS. Para a inclusão de artigos na revisão de literatura foram estabelecidos os seguintes critérios: artigos de revista, texto completo e publicação em língua portuguesa e inglesa e também bases doutrinas bibliográficas de genética médica. Resultados: o estudo histológico de pacientes com DA tem mostrado três características neuropatológicas: perdas das sinapses e dos neurônios no hipocampo e no córtex entorrinal, estruturas esféricas densas denominadas placas Senis (SPs) e agregados de fibrilas (emaranhados neurofibrilares, NFTs), acumulam no interior dos corpos celulares e dos processos dendríticos dos neurônios no hipocampo. Cerca de 33% dos casos de DA apresentam familiaridade e comportam-se de acordo com um padrão de herança monogênica autossômica dominante. A associação entre a DA e mutações gênicas foi descrita para os seguintes genes: APOE, APP, PSEN-1, PSEN-2 e o gene da MAPT. A APOE é uma proteína plasmática constituinte de algumas lipoproteínas. Tem como função manter a estrutura e regular o metabolismo das lipoproteínas, e realiza o reparo de danos excessivos aos neurônios. O gene desta proteína está localizado no cromossomo 19, que possui três alelos principais, sendo o alelo E4 um fator de risco para DA. A APP, origina o fragmento denominado proteína β-amiloide, composto de 42 aminoácidos. Esse fragmento é mais amiloigênico do que a proteína original, pois tem propriedade de agregação protéica na parte extracelular dos neurônios. Mutações de troca de aminoácidos no gene da APP causam alterações que acarretam proteínas disfuncionais. As presenilinas são proteínas que estão associadas ao gene correspondente com a DA. A PSEN-1 está relacionada com o processo inflamatório observado na placa amilóide e pode interferir no processo de apoptose, e mutações no gene da PSEN-2 podem acelerar o processo de neurodegeneração. O gene MAPT codifica a proteína TAU que formam os fusos neurofibrilares, estas proteínas estando anormalmente fosforiladas, são menos capazes de polimerizar a tubulina e acaba por provocar a ruptura do citoesqueleto celular e, por consequência, morte neuronal. Conclusão: com base nos achados da pesquisa seria de grande valor a identificação dos principais genes responsáveis pela DA, para melhores aconselhamentos genéticos para indivíduos com parentes de primeiro grau que tenham desenvolvido DA, e também para indivíduos que já estejam em desenvolvimento possam ser tratados com fármacos específicos, desenvolvidos através de pesquisas farmacogenéticas, uma vez que a DA não possui cura, mas pode-se dar melhor qualidade de vida aos pacientes e se tentar reduzir os gastos públicos com esses pacientes.

 

Tipo: Oral