Diretório Acadêmico de Biomedicina

Diretório Acadêmico de Biomedicina - FACULDADE ASCES

Av. Portugal, 1019. Bairro Universitário; Caruaru – PE. Por trás da Biblioteca do Campus II da Faculdade Asces
[PRESIDENTE] (81) 89119206
dabioasces@gmail.com

Bactérias e Suas Resistências

21/01/2012 13:34

Resistência Bacteriana

 

    Para aqueles alunos que desejam seguir seu caminho profissional dentro da área de bacteriologia, não há palavra que mais descreva o dia-a-dia dessa profissão, como a DESCOBERTA. A cada dia, novos estudos são realizados e novos conhecimentos adquiridos desses micro-organismos que tanto temem em proliferar-se de forma insuperável e resistente. Esse pequenos seres foram primeiro observados pro Antonie van Leeuwenhoek, em 1673, com a nomenclatura alterada de "animaliculos", dada por ele, para Bacterium pelo microbiologista alemão Christian Gottfried Ehrenberg, em 1828. Somente no final do século XIX foi que houve um grande interesse nesses micro-organismos para estudos mais aprofundados, com Louis Pasteur e Robert Koch, após derrubarem a tese da geração espontânea e provarem a patogenicidade microbiana.

    Hoje os cientistas vêm tendo uma maior preocupação com esses pequenos seres, pois muito tempo passou-se não dando a devida importância para sua patogenicidade e eles acabaram tornando-se resistente a muitos medicamentos produzidos eficazmente, no passado, para os combater. Antes da era dos antibióticos, muitas pessoas morriam de simples pneumonias ou mesmo de cortes infeccionados, onde uma das explicações do desaparecimento dos dinossauros possa ter ocorrido por cortes provocados em suas densas peles, por pequenos galhos e que não eram sentidos por estes grandes predadores, mas que levavam certas bactérias que culminaram na extinção de toda uma espécie.

    Para entender melhor a capacidade de resistência bacteriana, utilizando algum tempo pelos tantos blogs e sites de saúde que possuímos na imensa rede, encontrei um ótimo "glossário" sobre as principais características que todos devemos saber sobre este pequeno/grande mal, e fiz então alguns pequenos ajustes, não tirando o crédito dos seus criadores.

 

Fonte: www.biomedicinapadrao.com/2011/12/6-coisas-que-voce-deve-saber-sobre.html

 

1 - RESISTÊNCIA BACTERIANA

 

    As bactérias são capazes de se defender dos nossos fármacos do mesmo modo que temos a nossa imunidade natural para combatê-las. Muitos antibióticos foram criados para combatê-las, mas algumas gerações de uso indiscriminado acabaram gerando uma resistência natural na maioria das cepas encontradas comumente, não sendo mais eficiente a utilização, mesmo que em grandes doses desses medicamentos. Um grande problema é conseguir enfrentar àquelas bactérias que tornaram-se resistentes, pois elas continuam desenvolvendo-se no corpo de forma indiscriminada, e o aumento de dosagem só vem a causar danos ao nosso organismo, sendo assim um dos maiores tabus do desenvolvimento de antibióticos eficientes para bactérias resistentes, podendo levar, em muitos casos, a infecções mortais. Mesmo a utilização de outros agentes, acaba não sendo suficiente, e então temos a formação de cepas multiresistentes, o que causa o processo de cura ainda mais complicado de ser alcançado.

 

2 - USO EXCESSIVO

 

    Em 2010, foi constatado pela Agência Nacional de Saúde (ANVISA), que cerca de 40% dos medicamentos vendidos no Brasil tratavam-se de antibióticos.e que em 2009 só essa classe medicamentosa foi responsável pela circulação de cerca de R$ 1,6 bilhão, segundo relatório da IMS Health. Porém desde 26 de outubro de 2010 o governo brasileiro fez sua parte, e aprovou a criação da RDC44, que proíbe a venda dos antibióticos sem receita médica e trás inúmeros empecilhos para seu consumo indiscriminado. Alguns estabelecimentos ainda não seguem essas especificações, como foi registrado por pesquisas do Conselho Regional de Farmácia de São Paulo, onde 68% das farmácias admitiram que já venderam algum tipo de antibiótico sem receitas. Tal ato, fez com que a ANVISA propusesse a inclusão dessa medicação na lista dos medicamentos de uso controlado, como já acontece com os psicotrópicos.

 

3 - VÍRUS X BACTÉRIAS

 

    Uma das maneiras mais comuns de se causar a resistência bacteriana é a falta de diagnóstico específico de determinadas doenças, como resfriados, gripe, dor de garganta, otites, entre outras. Em muitas vezes quando se visita um posto de saúde público, ou mesmo particular, não se há a identificação do agente etiológico por trás da infecção, o que acaba causando em alguns casos o tratamento errôneo e o responsável técnico muitas vezes é o médico plantonista, que simplesmente passa um tratamento durante uma semana com algum antibiótico. Alguns conseguem até causar danos em fungos e parasitas, mas os vírus não sofrem qualquer tipo de alterações.

 

4 - USO DE ANTIBIÓTICO NA AGRICULTURA

 

    Os antibióticos também estão sendo utilizados na agricultura, não somente para combater qualquer tipo de infecção bacteriana, mas também são usados para promover o crescimento mais rápido dos animais de fazenda, como também para impedir a doença nos que apresentam-se saudáveis. nas grandes fazendas, onde um grande número de animais são criados, muitas vezes amotoados em pequenos espaços, é comum ocorrer erupções das doenças bacterianas, mas a utilização pesada de grande quantidade de antibióticos misturado a comida dos animais, os previne das doenças, os maiores consumidores forçados das drogas são o gado, os carneiros, os porcos e as aves domésticas. Esse tipo de ação, acabou criando muitas bacterias resistentes, o que na comunidade humana culminou com infecções não trataveis, causadas por bactérias comumente chamadas de SUPER BUGS. Mesmo as fezes de animais que consomem grande quantidade de antibióticos, podem acabar promovendo a contaminação de plantas e lençõis fraticos, pois somente um quarto da droga administrada realmente é absorvida pelo animal.

Super Bugs

5 - MAU USO

 

    Muitos pacientes não fazem o correto uso dos antibióticos como o prescrito pelo seu médico. Por exemplo, um paciente foi orientado a tomar um antibiótico por duas semanas, começa a sentir-se bem depois de uma semana e para de tomá-lo. As bactérias remanescentes podem permanecer incubadas por um momento, mas se multiplicarão novamente, forçando o paciente a voltar com o uso do antibiótico, desnecessariamente,  e às vezes, o mesmo antibiótico de antes não funcionará mais. A inutilização de um antibiótico também pode ocorrer não somente pela parada da utilização do mesmo, mas pelos horários desregrados que o paciente faz para uso, não seguindo aos protocolos gerados pelo médico receituário.

Passagem de genes resistentes

 

6 - NÃO DESCARTE O USO DE ANTIBIÓTICOS

 

    Mesmo com todos os mecanismos de resistência bacteriana, não há por que não utilizar os serviços desse fármaco que foi criado como um relapso de memória do médico microbiologista inglês Alexander Fleming, que esqueceu uma cultura de estaphylococcus sobre sua bancada, quando tirou férias, e no retorno pôde então observar o aparecimento de halos, juntamente com o Dr. Pryce, em áreas onde havia crescido o mofo, descobrindo então a primeira substância bactericida altamente estudada, a Penicilina. Geralmente quando não se consegue combater uma bactéria com determinado antibiótico, faz-se a administração de outros em conjunto, porém infelizmente estes meios não estão mais tendo os mesmos efeitos que décadas atrás.

 

    Esse assunto preocupa a todos, por isso, sempre que qualquer doença acometer seu corpo, procure imediatamente um profissional de saúde que possa avaliar seu estado corretamente, e receitar a você o mais indicado para seu tratamento. Jamais submeta-se a automedicação ou siga indicações de terceiros.

 

Segue uma lista com os antibióticos mais vendidos no Brasil segunda o IMS Health do Brasil

 

Tópicos são aplicados diretamente na pele ou mucosas, principalmente em infecções dermatológicas.
Fibrase Cloranfenicol (Pfizer): infecções de pele.
Nebacetin (Nycomed Pharma Ltda.): infecções de pele.
Rifocina (Sanofi-aventis): infecções de pele.
Sulfato de Neomicina + Bacitracina (Medley): infecções de pele.
Iruxol (Abbott): infecções de pele.

 

Sistêmicos precisam atingir a corrente sanguínea para exercer o efeito desejado. Podem ser administrados por via oral, intramuscular, intravenosa e aerossol.
Astro (Eurofarma): infecções no trato respiratório superior (sinusite, laringite e otite média) e inferior (bronquite e pneumonia), na pele e em DSTs (clamídia e gonorreia).
Amoxicilina (Medley): infecções nos pulmões (bronquite e pneumonia), nos seios da face (sinusite), nas amídalas (amidalite), no trato urinário e genital, pele e mucosas.
Amoxicilina + Clavulanato de Potássio (Ems Pharma): infecções no trato respiratório superior e inferior, no trato geniturinário (cistite), na pele e em tecidos moles.
Amoxicilina (Ems Pharma): infecções nos pulmões, nos seios da face, nas amídalas, no trato urinário e genital, pele e mucosas.
Cefalexina (Medley): infecções no trato respiratório, na pele e nos tecidos moles e no trato geniturinário.

 

 

Fontes: revistavivasaude.uol.com.br/saude-nutricao/85/artigo171479-4.asp

www.informaction.org/index.php?main=po_antibiotics_agriculture&lang=portuguese&countries=menua_countries&subject=Antibiotics%20agriculture