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DOENÇAS NEGLIGENCIADAS NO SÉCULO XXI: O PAPEL DO BRASIL

01/12/2011 16:33

Autores: J.L. Vasconcelos Junior; I.V. Rocha; D.M.S. Aguiar; T.G.S. Farias

Orientador: M.A. Silva

Data: 23/11/2011


Resumo:

Introdução: Doenças negligenciadas é o nome dado ao conjunto de doenças que prevalecem principalmente em localidades como áreas rurais e urbanas sob condições de miséria e regiões de conflito. O conjunto dessas patologias representa um empecilho para o desenvolvimento dos países, uma vez que estão relacionadas à falta de infra-estrutura, alimentação inadequada e deficiência nos serviços de saúde e educação, contribuindo para a manutenção de um quadro de desigualdade entre a população mais rica e mais pobre. O critério que indica se uma doença é ou não negligenciada varia de país para país. No Brasil, as principais doenças classificadas como negligenciadas são: dengue, doença de Chagas, leishmaniose, malária, tuberculose, esquistossomose, hanseníase e tracoma, sendo as duas últimas exclusivas no país. A Organização Mundial da Saúde divide as doenças em dois grandes grupos: doenças tratáveis e doenças ainda sem tratamento. As doenças classificadas como tratáveis possuem medicamentos específicos, mas em sua grande maioria são produtos antigos e que muitas vezes não têm o efeito desejado e apresentam até diversos efeitos colaterais. As doenças não tratáveis não possuem medicamentos para a cura e exigem cuidados especiais para com os portadores da doença. A falta de investimento no desenvolvimento de novos tratamentos, medicamentos e vacinas se dá pelo fato do baixo retorno lucrativo para a indústria farmacêutica, uma vez que a maioria dos portadores não possuem condições financeiras de adquirir os produtos desenvolvidos. Na tentativa de desenvolver medicamentos eficazes para o combate às doenças negligenciadas, a Organização Médicos sem Fronteiras destinou o valor ganhado no prêmio Nobel da paz, em 1999, às pesquisas da área. Como resultado dessa ação foi criado em 2003 a Iniciativa Medicamentos para Doenças Negligenciadas (DNDi), que tem como um de seus parceiros e fundadores a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O Brasil é o sexto país que mais investe em pesquisas direcionadas às doenças negligenciadas e o primeiro dos países em desenvolvimento, investindo cerca de 1,24% do total de investimentos. No período entre 2003 e 2005, o Ministério da Saúde lançou os primeiros editais temáticos acerca da tuberculose, dengue e hanseníase, propiciando a realização da primeira oficina de prioridades em doenças negligenciadas e iniciando o Programa de Pesquisa e Desenvolvimento em Doenças Negligenciadas no Brasil. Objetivo: Essa revisão teve por objetivo fazer um levantamento bibliográfico de artigos publicados entre 2001 e 2010, fazendo uma análise a respeito das doenças negligenciadas, relacionando o problema com a falta de investimentos no desenvolvimento de novos tratamentos e medicamentos. Metodologia: A metodologia empregada na construção dessa revisão bibliográfica foi a consulta na base de dados do Scielo, tendo como critérios de inclusão artigos publicados no período de 2001 a 2010 e que abordassem o tema doenças negligenciadas, publicados em inglês e português. Conclusão: Após o término dessa revisão foi possível concluir que o problema das doenças negligenciadas está relacionado à falta de interesse por parte das indústrias farmacêuticas no desenvolvimento de novos produtos para o tratamento e cura das mesmas. É necessário que se desenvolvam parcerias entre as indústrias privadas, o governo e as instituições não-governamentais com o intuito de criar mecanismos inovadores de financiamento e redução de custos, objetivando a transformação do conhecimento científico em aplicações práticas.

 

Tipo: Oral

TRABALHO PREMIADO COM O TERCEIRO LUGAR ORAL