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MECANISMOS FISIOPATOGÊNICOS DA DOENÇA HEMOLÍTICA PERINATAL

01/12/2011 17:01

Autores: W.E.S. Melo; G.M.S. Xavier; A.F.C. Fraga; C.S.F. Araújo

Orientador: F.A.M. Esteves

Data: 23/11/2011


Resumo:

INTRODUÇÃO: A doença hemolítica perinatal (DHPN) está associada à presença de anticorpos maternos contra antígenos eritrocitários do feto ou recém-nascido em sua circulação, causando hemólise imunomediada de gravidade variável. A fisiopatogenia da DHPN transita por 3 estádios: A aloimunização materna, a passagem transplacentária de anticorpos (Acs) maternos ao feto e a destruição das células sanguíneas fetais sensibilizadas. Esta última fase levará a geração de manifestações clínicas. O sistema Rhesus (Rh) de grupo sanguíneo é o mais notificado como sendo o causador da patologia, sendo responsável por 95% dos casos da DHPN entre nós. A classe de Acs relacionada com a DHPN é a imunoglobulina G (IgG), capaz de atravessar a placenta. OBJETIVO: Descrever a fisiopatogenia da DHPN. METODOLOGIA: O estudo foi realizado através de revisões bibliográficas com buscas nas seguintes bases de dados: Scielo, PubMed e Lilacs. As buscas foram efetuadas através de palavras-chave: DHPN, Fisiopatogenia, em inglês, espanhol e português, no período de Outubro a Novembro de 2011. Foram utilizados como critérios de inclusão artigos publicados de 2000 a 2011. RESULTADOS: A IgG se transfere de forma ativa da mãe ao feto, pelas células do sinciciotrofoblasto, pelo mecanismo de pinocitose. Estas células expressam receptores para o fragmento Fc da IgG (RFcg) em suas vesículas apicais. A vesícula atravessa a célula, se funde com a membrana basal celular, com a conseguinte dissociação da IgG de RFcg e sua liberação para a circulação fetal. De maneira geral, se aceita que os aloanticorpos IgG atuam  nestes casos como opsoninas que favorecem o reconhecimento das células sanguíneas pelos macrófagos fetais que expressam Rfcg I, IIa e IIIa, e sua posterior destruição por fagocitose ou lise celular dependente de anticorpos pelos macrófagos esplênicos do feto. O receptor Fcg I é um receptor de alta afinidade por  IgG, o RFcg IIa tem uma baixa afinidade pela IgG1 e IgG3, e o RFcg IIIa tem uma afinidade intermediária pela IgG. Existem fatores que influenciam a destruição imune das células sanguíneas fetais, entre eles: A subclasse de IgG, sendo a IgG3 portadora de uma região de dobradiça maior, sendo mais eficiente na destruição; A concentração dos anticorpos, sendo a intensidade da reação proporcional a ela; A expressão do antígeno, quanto mais expostos na superfície celular e mais determinantes  antigênicos forem expressos, maior a resposta; O funcionamento do baço fetal, é o sítio de escolha para a destruição das hemácias. CONCLUSÃO: A DHPN é um processo destrutivo cuja manifestação no feto e no neonato será uma anemia de graus variáveis, de acordo com a intensidade da hemólise, determinando diversos mecanismos compensatórios, como o aumento da eritropoese medular e extramedular até que ocorra congestão hepática, redução na pressão oncótica e até insuficiência cardíaca e hidropsia fetal. Portanto, conhecer a fisiopatogenia da DHPN é fundamental para que se possa intervir adequadamente na sua evolução, a fim de reduzir suas conseqüências.

 

Tipo: Pôster