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O USO DE CÉLULAS-TRONCO: UMA QUESTÃO DE SAÚDE PÚBLICA

01/12/2011 16:55

Autores: R.C.G. Silva; A.C.O. Silva; D.B. Souza; W.C.A. Diniz

Orientador: S.R. Oliveira

Data: 23/11/2011


Resumo:

Introdução: Hoje no Brasil, há uma grande demanda de reposições de órgãos; no entanto, os programas de transplante atendem a uma fração muito pequena dos pacientes, seja por escassez de doadores ou pela atual incapacidade de transplantes de alguns órgãos ou tecidos. Além disso, transplante de órgãos tem um alto custo, o que é de particular importância para a saúde pública no Brasil, onde são pagos pelo Ministério da Saúde, e por isso tem se falado tanto em novos métodos de transplante e terapias, e ai é que entra as células-tronco.  Objetivo: Ter um pouco mais de conhecimento sobre as células-tronco, que é um assunto bastante discutido em todo o mundo e alvo de inúmeras polêmicas. Metodologia: Para o trabalho foram realizadas pesquisas em sites na internet, e as principais bases foram retiradas do IPCTRON, que é um instituto de pesquisa com células-troncos. Resultados: As células-tronco são definidas como células com grande capacidade de auto-renovação, de responder a estímulos externos e dar origem a diferentes linhagens celulares mais especializadas. Assim, estas células podem ser induzidas em laboratório a formar tipos celulares específicos que, quando transplantados, regenerariam o órgão doente. As células-tronco podem ser extraídas do sangue do cordão umbilical, de amostras do tecido do próprio organismo e de embriões humanos, na fase de blastocisto. Todos esses tipos de células-tronco estão bem próximos de ter algum impacto na saúde pública, porém a grande polêmica está nas células-tronco embrionárias, que são as mais versáteis. As células-tronco embrionárias, quando transplantadas em animais, já exerceram efeito terapêutico em modelos de várias doenças, incluindo doenças cardiovasculares, neurodegenerativas, diabetes, acidentes vasculares cerebrais, câncer, esclerose múltipla e leucemia. As células-tronco embrionárias também podem ser usadas para testar novos medicamentos, como também podem um dia virem a ser usadas para reparar células cerebrais de pacientes com doenças de Parkinson. Só que antes de se começar testes clínicos com células-tronco embrionárias, algumas questões devem ser resolvidas. A primeira diz respeito à segurança dessas células, pois se por um lado elas são fontes de qualquer tecido para transplante, por outro elas exercem um perigo, podendo formar teratomas. Uma segunda questão diz respeito à compatibilidade entre as células-tronco embrionárias e o paciente. Então, uma forma de garantir células compatíveis, seria criar um banco dessas células, cada uma derivada de um embrião diferente. Só que essa questão se esbarra no aborto, pois vários embriões teriam de ser destruídos. Outra alternativa seria criar embriões geneticamente idênticos ao paciente, e dele extrair as células-tronco. Só que essa questão também se esbarra em outra polêmica, a da clonagem, que é proibida pela lei de Biossegurança. É por essas e outras questões, que a terapia com células-tronco embrionárias se tornou tão polêmica. Muitos religiosos atribuem ao embrião humano desde o momento da fecundação o status da vida com todos os direitos de uma pessoa já nascida. Assim, as células-tronco embrionárias nos têm levado a uma questão: este embrião é uma vida humana ou não? Muitos acreditam que sim, porém alguns cientistas acreditam que esses embriões ainda não são vidas. Eles alegam que a vida humana termina quando pára a atividade cerebral, e então, porque não usar essa mesma linha de raciocínio para indicar o início da vida, só começando quando aparecem os primeiros vestígios de terminações nervosas, que é por volta do 14º dia após a fecundação, e não no 5º ou 6º dia, que é quando se retira as células-tronco embrionárias? Em meio a esse grande debate, é impossível não perceber as inúmeras vantagens que essas células trarão para a saúde pública. Essa terapia deverá ser disponibilizada para toda a população e substituirá as terapias atuais mais caras e ineficientes. Com a utilização das células-tronco embrionárias será possível criar órgãos sadios e acabar com o sofrimento das longas filas de pacientes que aguardam e muitas vezes morrem esperando a doação de órgãos em hospitais públicos.  Conclusão: Falta saber quais os limites éticos, morais e jurídicos que devem ser respeitados, visto a enorme expectativa criada por estas pesquisas, e quais as consequências na vida das pessoas que podem ser salvas por essa terapia.

 

Tipo: Pôster